domingo, agosto 04, 2002

Pobre Dona Zineide. A vida nunca lhe deu boas oportunidades na vida. Casada com um caminhoneiro, esperava na fila de um posto de saúde para ser atendida por um dentista.
- Dona Zineide?
- Sou eu.
- Pode entrar.
Acanhada e com um certo medo de todas aquelas coisas de metal e que parecem fazer muita dor, sentou-se na cadeira. A dentista, uma jovem, começou a consulta.
- Abra a boca, por favor - Examinou um lado, examinou o outro e deu a sua conclusão.
- É Dona Zineide... seu dentes estão péssimo. Estão todos moles. Vamos ter que arrancar todos e fazer uma dentadura.
- Mas eu não quero que o meu marido me veja sem dentes! O que ele vai achar de mim? Vou ter que esperar ele viajar.
- Viajar?
- É. Ele é caminhoneiro.
- Então estamos acertadas. Quando ele viajar, a senhora vem aqui e arrancamos os dentes.
Depois de uma semana, a Dona Zineide voltou para arrancar os dentes. Um por um a doutora arrancou. Deu os pontos e mandou ela voltar depois de duas semanas para ver os pontos e começar a fazer a dentadura. Não sei se você sabe (eu não sabia), uma dentadura demora umas quatro sessões para ser feita.
Na semana seguinte, Dona Zineide voltou ao posto de saúde, muito aflita.
- Doutora, a senhora tem que me ajudar! Meu marido vai voltar hoje e eu não quero que ele me veja assim.
- Mas não dá para fazer a dentadura de um dia para o outro. Pega. Toma esta máscara e diga que você fez uma cirurgia na boca e tem que deixá-la coberta. Assim ele não vai ver.
- Obrigada doutora.
Dona Zineide vai embora, aliviada pela desculpa arquitetada pela dentista e com as consultas para a dentadura marcadas.
No dia da primeira consulta para a dentadura, Dona Zineide entrou na sala da dentista falando firme:
- Não quero mais fazer a dentadura, doutora.
- Mas por quê? E o seu marido?
- Doutora... com a boca deste jeito, meu marido A-D-O-R-O-U o boquete que eu fiz!

Parece piada, mas esta é uma história verdadeira que aconteceu numa cidade metropolitana de Curitiba.

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