ESCOLHENDO A BAILARINA
Hoje eu fui tomar um solzinho e tomar um gim tônica também, só para alegrar o sol que não estava muito forte nem muito grande, ele saiu meio escondido, meio sem jeito, meio fraquinho, como se estivesse com medo de dar as caras, vinha e ia sem animação nenhuma, sem vontade de ficar e sem vontade de se mostrar, nem dando bola para os acontecimentos aqui embaixo, mas eu encarei com vontade, dei um tapa na cara do sol e fui me espreguiçar na beira da piscina, com o Estadão de hoje, onde saiu a entrevista com o Ziraldo, que vai ser tema de escola de samba, uma toalha meio surrada e colorida, bronzeador Nívea, algumas revistas já lidas e relidas, do tempo da onça, a mais recente é de julho de 2.001... Puta merda, será que não tem uma mais nova???? Mas deve ter alguma coisa que eu ainda não li... Será???? E o copo de gim, é claro, copo alto, grandão, duas rodelas de limão fresquinho, cortadas na hora, vários cubos de gelo, gim da garrafa azul, aquele que a rainha curte, aquele que tem a cara dela estampada no rótulo da garrafa, acho que ela é meio dona da fabrica... Mas a garrafa é bonita, azul clarinho, dando a impressão que o gim é que é azul, mas isso é pega trouxa, azul é a garrafa, só a garrafa, água tônica inglesa também, aquela da latinha amarela, Shuepps, nem sei se é assim que se escreve, e a bailarina para mexer o copo.
Ai eu fui escolher a bailarina, aqueles mexedores de copo, com uma haste comprida e um segurador na porta, com desenhos e formas variadas, tem de tudo que é jeito, eu tenho uma porrada, desde de lembranças de viagens, de almoços em restaurantes, de lugares da moda e sem ser da moda, de propagandas de qualquer coisa e os comprados também, esses são os meus preferidos, os mais coloridos, quase sempre de vidro, com o segurador em forma de fruta, em forma de passarinhos, até segurador em forma de mulher pelada tem lá no descanso do meu bar, tem um montão, são vários suportes cheios. Ai eu fui lá escolher um para mexer meu copo de gim. Escolher uma bailarina é como escolher uma gravata, precisa combinar com a sua cara, com o seu jeito, com o seu terno e camisa, nesse caso com a minha sunga, mas tem mesmo que combinar com o seu espírito, com a sua disposição do dia. Se estiver alegre, um mais colorido é o que você acaba escolhendo, se estiver mais compenetrado, a escolha pode ser qualquer um, ai você nem vai ligar para o mexedor, se estiver mais bravo, meio brigado com o mundo ai você nem escolhe, pega qualquer um e manda mexer, pode ser até aquele de plástico, já descolorido e apagado, lembrança de um jantar já meio esquecido. Eu escolhi um de vidro com uma direção azul de navio na ponta do segurador, e uma bolinha vermelha na ponta do mexedor, parecendo uma cereja, a haste de vidro transparente e muito longa, e fui lá ler o Estadão, tomar meu gim e procurar o sol.
sábado, outubro 19, 2002
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