terça-feira, janeiro 28, 2003

O QUEIJO
Com meus cunhados eu não falo, não interessa, eles são foda e eu também sou, não tenho nada a ver com eles, mas lembrei de uma passagem mais interessante que vale a pena contar.
Um belo dia eu fui almoçar na casa de um deles, aquele que hoje eu já sei que é o mais safado de todos, o rei da figurinha preta. Ele deixa urubu no chão, derruba sem dar tiro, só na piscada. Cuidado com ele... O caso aqui foi com a mulher dele, uma outra figurinha preta, sem título. Carinha de santa de dar dó, só carinha. Um bijuzinho, quase uma porcelana chinesa, aquelas dos potes... Não que ela seja gordinha, ela veste uns... Digamos... 68, ou um pouco mais. Eu não entendo muito de número de manequim, só sei que ela é grande, grandona... Isso antes de ficar grávida, depois deve ter aumentado mais um pouquinho, coitada.... Eu sou foda mesmo, não deixo barato. A moça até que tem o rosto bonito, meio redondinho, de lado e do pescoço para cima até que fica bem. Pois é, eu fui lá para um almoço. Pouca gente, uns quatro ou cinco. Eu, o safado dono da casa, a mulher dele, o filho dele e mais alguém que eu não lembro. Antes do almoço ficamos na varanda da casa, tomando umas e comendo uns aperitivos. Umas azeitonas, pãozinho. Trouxeram um pedaço de queijo, um pedaço grande. Queijo dos bons devia ser um pecorino romano, aqueles com cara de velho e de podre, como um roquefort, ou um gorgonzola seco. Claro que o queijo era dos bons. Eles podem ser safados, mas sabem o que é bom. Trouxeram o pedaço do queijo inteiro e colocaram em cima da mesa da varanda. Com uma birra gelada do lado, todo mundo tirava uma lasca e saboreava o queijo. Nisso chega a mais gordinha, dona da casa, até então ela não tinha visto que o queijo dela era o aperitivo do dia. Com uma puta cara de bronca, muito brava, a moça foi logo pegando o queijo todo e embrulhando de novo no mesmo papel celofane que veio embrulhado. Levou o queijo embora. Foi guardar o queijo e ainda falou para a galera... Meio que gritando e dando uma puta bronca.
- “Chega... Vocês já comeram muito desse queijo. Vou guardar. Chega de comer desse queijo”.
Provavelmente a bronca era para mim, o mais estranho ali naquela mesa.
A moça me amava, ela e o marido dela.
Coitada, não sei se ela continua sendo a mais gorda.
Isso sempre foi e continua sendo sinal dos entendimentos, não muito educados, que esse povo costuma ter.

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