CHUPANDO MANGA
Bom dia, hoje eu vou falar de mangas, aquelas frutas que dão em uma árvore grande, lá em cima, difícil de chegar e de apanhar. Aquelas frutas que a gente subia no muro para apanhar no pé do vizinho, lá na casa da avó, onde tinha um pé também, mas a manga do vizinho era muito mais gostosa, muito mais madura, e quando a gente estava com a mão na fruta tinha sair rapidinho porque a mulher do vizinho chegava e via você lá em cima, apanhando as frutas no pé dela.
-Sai logo dai, seu moleque, vou chamar a sua avó, sai dai.
Se saísse meio correndo, meio que depressa, podia até cair e levar um machucado para dentro de casa, um joelho esfolado, um pé torcido, uma camisa rasgada, mas o que eu queria é levar as mangas, aquelas que eu já tinha apanhado e jogado no chão de terra do meu lado do muro, essas a vizinha não viu, e nem vai ver, ela podia desconfiar, os moleques da rua podiam até contar, mas eu já tinha apanhado e ja estavam lá, do meu lado. Claro que o prazer maior era contar na rua que tinha subido no muro e catado um montão de mangas no pé da dona CLOTILDE, como sempre fala uma amigo meu...
-De que adianta, sair, jantar e depois comer a Vera Fisher, se não contar para os amigos que você deu uma senhora trepada com a mulher mais gostosa do Brasil, de que adianta??? O tesão maior é depois, na rodinha, na mesa da birra, contando para os mais chegados e os nem tão chegados assim...
- EU TREPEI COM ELA.
É igual a manga do vizinho, se não contar a manga engasga, dá diarréia e não tem sabor nenhum, o gostoso da chupada é deixar lambuzar. Ai que a d. Clotilde vai ficar sabendo que você catou um montão, mas era isso mesmo que eu queria, queria que ela soubesse que eu fui lá e catei uma baciada de mangas, só como vingança por ela me chamar de moleque. PUTA QUE PARIU.... com uma risadinha disfarçada... he he he he.. de leve, na maciota.
Nisso você toma uma senhora bronca, valendo até um puxão de orelha, ou um castigo qualquer, como ficar sem poder sair na rua, e depois ter que pular a janela e sair escondido. Mas as mangas que você catou foram para a mesa, e todo mundo se lambuzou. Eu nunca entendi porque eu tinha que tomar bronca mas todo mundo chupava a manga que eu catei, porque será??? Porra, eu até que tinha feito uma coisa boa, não sobrava manga nenhuma.
Depois nas conversas atraz da porta, eu sempre escutava, que a vizinha, a d. Clotilde, era meio maluca, muito nervosa, que tinha problemas com o marido dela e que por isso ficava pegando no pé de quem pegava as mangas no pé dela, quando havia uma porrada de mangas se estragando, caindo de maduras e ninguém catava. Ela queria mostrar os dentes mesmo, ou nem sei o que ela queria, era uma senhora descontrolada. Escutando isso eu já pensava no dia seguinte, em ir pegar mais, achando que todo mundo ia me agradecer ou me dar um tapinha de agrado, nas costas, mas sempre acabava em bronca... PUTA QUE PARIU. Será que esse povo não me entende, ou eu que não entendo nada???? Quando é que vão me agradecer por eu ter catado umas mangas????
Lembrei disso, porque vi aqui do meu terraço uma mangueira, um pé de manga lá no fundo de uma casa, aqui pertinho, qualquer dia vou lá pedir para a dona do pé me deixar subir e catar umas mangas. Doces lembranças numa manhã ensolarada de domingo, com gosto de fruta madura colhida no pé, no pé da dona CLOTILDE.
Doces lembranças.
domingo, agosto 25, 2002
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