quinta-feira, dezembro 26, 2002
segunda-feira, dezembro 23, 2002
Hoje é dia 23, quase 10 da noite, véspera da véspera de mais um natal. 2.002
Mais um.
Quase tudo acertado, faltando ainda uma porrada de coisas para fazer, para comprar, para arrumar.
-Será que vai dar tempo???
-Sei não, sei não...
Mas, cacete, é sempre assim, na última hora a gente pergunta se vai dar tempo??
Claro que vai, sempre dá. Só depende da gente e de mais um montão de gente.
Agora, faltando um pouquinho só para o Papai Noel dar as caras eu quero desejar a todos os meus amigos um feliz, um muito feliz Natal.
Eu quero desejar que todos vocês sintam o mesmo que eu estou sentindo. Aquela coisa gotosa de estar abraçando o mundo que a gente conhece, todo mundo. De estar junto de quem a gente gosta, de sentir um carinho, um afago, um beijo e um abraço. Da união gostosa de ter os primos, tios, irmãos, filhos, parentes próximos, amigos mais chegados, parentes que a gente quase nunca vê, amigos que a gente gosta, de ter todo esse povo do nosso lado na nossa mesa. De olhar a mesa colorida, alegre, farta, cheia de doces, de perus, tender, nozes, etc... etc... Cheia de umas biritinhas também, é claro... Se não o peru fica seco e acaba entalado no gogó. Tem que ter uma birrazinha mais gelada, e ninguém para falar...”chega, você já tomou todas”.. “pô, deixa eu tomar mais uma... uminha só...pô..”Eu quero desejar que todo mundo fique alegre, contente, fique sorrindo, cantando, cumprimentando, abraçando, contando piada, rindo de qualquer coisa. Eu quero desejar que o papai Noel seja generoso, e que o saco dele tenha um montão de presentes bonitos. Eu quero desejar a todos um Feliz Natal... Desse jeitinho aí, ou até com muito mais que isso...
PEDRÃO GIBRALLTAR.
Mais um.
Quase tudo acertado, faltando ainda uma porrada de coisas para fazer, para comprar, para arrumar.
-Será que vai dar tempo???
-Sei não, sei não...
Mas, cacete, é sempre assim, na última hora a gente pergunta se vai dar tempo??
Claro que vai, sempre dá. Só depende da gente e de mais um montão de gente.
Agora, faltando um pouquinho só para o Papai Noel dar as caras eu quero desejar a todos os meus amigos um feliz, um muito feliz Natal.
Eu quero desejar que todos vocês sintam o mesmo que eu estou sentindo. Aquela coisa gotosa de estar abraçando o mundo que a gente conhece, todo mundo. De estar junto de quem a gente gosta, de sentir um carinho, um afago, um beijo e um abraço. Da união gostosa de ter os primos, tios, irmãos, filhos, parentes próximos, amigos mais chegados, parentes que a gente quase nunca vê, amigos que a gente gosta, de ter todo esse povo do nosso lado na nossa mesa. De olhar a mesa colorida, alegre, farta, cheia de doces, de perus, tender, nozes, etc... etc... Cheia de umas biritinhas também, é claro... Se não o peru fica seco e acaba entalado no gogó. Tem que ter uma birrazinha mais gelada, e ninguém para falar...”chega, você já tomou todas”.. “pô, deixa eu tomar mais uma... uminha só...pô..”Eu quero desejar que todo mundo fique alegre, contente, fique sorrindo, cantando, cumprimentando, abraçando, contando piada, rindo de qualquer coisa. Eu quero desejar que o papai Noel seja generoso, e que o saco dele tenha um montão de presentes bonitos. Eu quero desejar a todos um Feliz Natal... Desse jeitinho aí, ou até com muito mais que isso...
PEDRÃO GIBRALLTAR.
quinta-feira, dezembro 19, 2002
quarta-feira, dezembro 18, 2002
DE GOLE
Ontem à noite, no caminho de casa, de volta para casa, umas 10 e tanto, encontrei o Ronam, ou melhor, ele me encontrou. Eu olhei, vi que conhecia o cara, mas na hora não atenei quem era...????
-Quem é esse cara??? Eu sei que conheço, mas quem será???
Ele foi chegando, olhou mais fundo...
-PEDRÃO....!!! Porra meu, que data a gente não se vê...Tudo bem??
Aí, nessa hora eu atenei, descobri, o cara é o Ronam, amigão, “irmãozinho”, como ele fala.
-RONAM...!!! Faz tempo mesmo. Onde você anda, meu???
-To aí pela vida...
Ele já de gole, devia ter tomado umas tantas, meio fora de prumo, falando mais alto, cara de feliz e com cheiro de birra... Pô, ele é meu amigo, não vou deixar ele assim, de gole no meio da noite e sozinho. Vou dar uma atenção que ele precisa e merece. Fui lá, o papo é de bebum, eu já sabia. Eu tinha só que escutar, dar uma atenção.
-Pedrão to feliz em encontrar você. Você mora no meu coração. Eu gosto muito de você...
Eu de orelha percebi que a causa do porre devia ser um arranca rabo com a Roberta, a mulher dele.
-Pedrão, a Rô ta brava comigo, me desprezou, me mandou embora, me chutou, falou que quer que eu morra... Ela não pode fazer isso comigo... Ela não pode. Eu amo ela, Pedrão...!!! Eu amo ela..!!!
Mais papo de bêbado que esse não tem, eu só escutando, amparando, falando um sim, um não, dando atenção. Não tem muito que falar, ele não ia escutar mesmo, nem vai se lembrar se eu falei ou não, vai acordar meu puto com ele mesmo, por nem saber das besteiras que contou pro amigo aqui... Alguma ele devia ter aprontado, a Rô é toda certinha, direitinha, tradicional, cheia dos 800 anos de tradição da família dela. O Ronam é um bonachão, nem aí com o andor, ta na dele e não esquenta... Aí deve ter dado um puta choque, por isso aqueles trovões de tarde....
-Pedrão, ela me mandou embora, e agora????
-Agora você volta para casa que ela já deve ter se arrependido e está te esperando, vamos que eu te levo.
-Pô, Pedrão, você é meu “irmãozinho”.
-Deixa eu pedir mais uma para o garçom, deixa...
-Nada disso, você já tomou todas, o garçom falou que acabou a birra, agora você vai para casa. Eu vou levar você.... Vamos, Iala....
Claro que de gole a gente não quer ir, quer sempre tomar mais uma, ou mais duas, ou mais uma porrada, isso que o Ronam queria. Já era hora de levar ele embora. A Rô com certeza já devia estar preocupada apesar do arranca rabo. Eu conheço, sei que ela devia estar esperando, tinha mais que levar ele embora. Fomos embora. Eu consegui depois de mais um papinho e mais uma birrazinha.... No caminho, já dentro do meu carro, continuou o papo de bebum, uma bobagem atrás da outra. Bobagem porque eu estava são, se também estivesse de gole seria coisa séria, muito séria...
Deixei o Ronam na porta da casa dele, ainda de gole. Agora a Rô era quem ia cuidar dele.
Ontem à noite, no caminho de casa, de volta para casa, umas 10 e tanto, encontrei o Ronam, ou melhor, ele me encontrou. Eu olhei, vi que conhecia o cara, mas na hora não atenei quem era...????
-Quem é esse cara??? Eu sei que conheço, mas quem será???
Ele foi chegando, olhou mais fundo...
-PEDRÃO....!!! Porra meu, que data a gente não se vê...Tudo bem??
Aí, nessa hora eu atenei, descobri, o cara é o Ronam, amigão, “irmãozinho”, como ele fala.
-RONAM...!!! Faz tempo mesmo. Onde você anda, meu???
-To aí pela vida...
Ele já de gole, devia ter tomado umas tantas, meio fora de prumo, falando mais alto, cara de feliz e com cheiro de birra... Pô, ele é meu amigo, não vou deixar ele assim, de gole no meio da noite e sozinho. Vou dar uma atenção que ele precisa e merece. Fui lá, o papo é de bebum, eu já sabia. Eu tinha só que escutar, dar uma atenção.
-Pedrão to feliz em encontrar você. Você mora no meu coração. Eu gosto muito de você...
Eu de orelha percebi que a causa do porre devia ser um arranca rabo com a Roberta, a mulher dele.
-Pedrão, a Rô ta brava comigo, me desprezou, me mandou embora, me chutou, falou que quer que eu morra... Ela não pode fazer isso comigo... Ela não pode. Eu amo ela, Pedrão...!!! Eu amo ela..!!!
Mais papo de bêbado que esse não tem, eu só escutando, amparando, falando um sim, um não, dando atenção. Não tem muito que falar, ele não ia escutar mesmo, nem vai se lembrar se eu falei ou não, vai acordar meu puto com ele mesmo, por nem saber das besteiras que contou pro amigo aqui... Alguma ele devia ter aprontado, a Rô é toda certinha, direitinha, tradicional, cheia dos 800 anos de tradição da família dela. O Ronam é um bonachão, nem aí com o andor, ta na dele e não esquenta... Aí deve ter dado um puta choque, por isso aqueles trovões de tarde....
-Pedrão, ela me mandou embora, e agora????
-Agora você volta para casa que ela já deve ter se arrependido e está te esperando, vamos que eu te levo.
-Pô, Pedrão, você é meu “irmãozinho”.
-Deixa eu pedir mais uma para o garçom, deixa...
-Nada disso, você já tomou todas, o garçom falou que acabou a birra, agora você vai para casa. Eu vou levar você.... Vamos, Iala....
Claro que de gole a gente não quer ir, quer sempre tomar mais uma, ou mais duas, ou mais uma porrada, isso que o Ronam queria. Já era hora de levar ele embora. A Rô com certeza já devia estar preocupada apesar do arranca rabo. Eu conheço, sei que ela devia estar esperando, tinha mais que levar ele embora. Fomos embora. Eu consegui depois de mais um papinho e mais uma birrazinha.... No caminho, já dentro do meu carro, continuou o papo de bebum, uma bobagem atrás da outra. Bobagem porque eu estava são, se também estivesse de gole seria coisa séria, muito séria...
Deixei o Ronam na porta da casa dele, ainda de gole. Agora a Rô era quem ia cuidar dele.
segunda-feira, dezembro 16, 2002
A PIRAMBEIRA
Na semana passada, na sexta feira, eu fui até a casa de uma amiga minha, a Malú. Trocamos algumas figurinhas pelo telefone e ela me pediu para deixar umas coisas na casa dela, ela não ia estar, mas deixou o zelador avisado que eu ia. Era para ele receber o que eu fui levar. Eu fui. A Malú mora na Pompéia, perto da av Pompéia, na rua Paris.....!!!!!
PUTA MERDA.....!!!!!!!! Quem já conhece sabe que é preciso um grande e sonoro “PUTA MERDA” para expressar essa rua. Os mais pudicos que me desculpem. Não tem outro jeito, é PUTA MERDA mesmo.
Uma PIRAMBEIRA de deixar as pirambeiras de Angra Dos Reis, aquelas que sofreram com as ultimas chuvas, no chinelo. Se comparar, as de ANGRA são uma planície, um mar calmo, um terrenão para jogar bola sem ter que mudar de lado. Que puta PIRAMBEIRA....!! Eu fui lá, já que tinha que ir, eu fui. Chegando perto, já na rua Paris, de um lado do morro, (ou será que é montanha??) embiquei meu carro na descida e fiquei assustado, será que não vai despencar????? Eu via um escrito(“cuidado”) na rua lá em baixo, como se estivesse em um avião. Via de cima, do alto, quase na vertical. A Malú mora do outro lado da montanha, na subida. Eu fui devagarzinho, fui chegando mais perto e cada vez mais assustado com a inclinação da rua. Cheguei na subida, mais ou menos no meio da subida, e agora???? Como vou parar o carro, onde vou amarrar meu burro para ele não fugir, ou melhor, não despencar???? Parei, estacionei na frente de outro carro já estacionado, para servir de anteparo se o meu carro não agüentasse. Parei na subida do lado direito. Para descer do carro foi difícil, me senti como se estivesse de gole, meio torto, fora de prumo, inclinado no meio da rua. A Malú mora em um condomínio de dois edilícios, a entrada é no meio dos prédios. Eu calculei mais ou menos uns oito subsolos só pela inclinação do terreno. Depois eu perguntei ao zelador e ele me confirmou, são seis subsolos, mais dois lances de play ground. Coitadas das crianças e das babas das crianças. É um vale. Uma abscissa, o fundo de um lugar mais fundo. Em um quarteirão a caída é de mais de 100 metros, mais de 50%. Como foi que a prefeitura deixou uma inclinação assim??? Na escola eu aprendi que isso não pode, mas está lá se alguém quiser ver pode ir conferir que está lá. Na Pompéia, rua Paris. O Ernest já dizia que Paris é uma festa, mas nessa Paris a inclinação é outra.
Na semana passada, na sexta feira, eu fui até a casa de uma amiga minha, a Malú. Trocamos algumas figurinhas pelo telefone e ela me pediu para deixar umas coisas na casa dela, ela não ia estar, mas deixou o zelador avisado que eu ia. Era para ele receber o que eu fui levar. Eu fui. A Malú mora na Pompéia, perto da av Pompéia, na rua Paris.....!!!!!
PUTA MERDA.....!!!!!!!! Quem já conhece sabe que é preciso um grande e sonoro “PUTA MERDA” para expressar essa rua. Os mais pudicos que me desculpem. Não tem outro jeito, é PUTA MERDA mesmo.
Uma PIRAMBEIRA de deixar as pirambeiras de Angra Dos Reis, aquelas que sofreram com as ultimas chuvas, no chinelo. Se comparar, as de ANGRA são uma planície, um mar calmo, um terrenão para jogar bola sem ter que mudar de lado. Que puta PIRAMBEIRA....!! Eu fui lá, já que tinha que ir, eu fui. Chegando perto, já na rua Paris, de um lado do morro, (ou será que é montanha??) embiquei meu carro na descida e fiquei assustado, será que não vai despencar????? Eu via um escrito(“cuidado”) na rua lá em baixo, como se estivesse em um avião. Via de cima, do alto, quase na vertical. A Malú mora do outro lado da montanha, na subida. Eu fui devagarzinho, fui chegando mais perto e cada vez mais assustado com a inclinação da rua. Cheguei na subida, mais ou menos no meio da subida, e agora???? Como vou parar o carro, onde vou amarrar meu burro para ele não fugir, ou melhor, não despencar???? Parei, estacionei na frente de outro carro já estacionado, para servir de anteparo se o meu carro não agüentasse. Parei na subida do lado direito. Para descer do carro foi difícil, me senti como se estivesse de gole, meio torto, fora de prumo, inclinado no meio da rua. A Malú mora em um condomínio de dois edilícios, a entrada é no meio dos prédios. Eu calculei mais ou menos uns oito subsolos só pela inclinação do terreno. Depois eu perguntei ao zelador e ele me confirmou, são seis subsolos, mais dois lances de play ground. Coitadas das crianças e das babas das crianças. É um vale. Uma abscissa, o fundo de um lugar mais fundo. Em um quarteirão a caída é de mais de 100 metros, mais de 50%. Como foi que a prefeitura deixou uma inclinação assim??? Na escola eu aprendi que isso não pode, mas está lá se alguém quiser ver pode ir conferir que está lá. Na Pompéia, rua Paris. O Ernest já dizia que Paris é uma festa, mas nessa Paris a inclinação é outra.
domingo, dezembro 15, 2002
MERECE O REGISTRO
Essa semana fui tomar um café com meu amigo Salim, um Libanês ferrenho, defensor com todas as armas, do Líbano e das causas libanesas. Ele quer me transformar em descendente de libaneses e não de sírios. Como se quando da imigração de meus avós só existisse o Líbano. Eu falo que só existia a Grande Síria, mas os libaneses não escutam isso. Para ele eu sou libanês, descendente de libaneses.
O negócio do Salim é tapetes, quase voadores, os mais bonitos, os mais coloridos, os mais finos, os que mais emocionam. Pô, eu sou o maior admirador de tapetes orientais. Gosto pacas. Tenho um montão de tapetes espalhados em casa. Nesses anos todo de amizade com o Salim acabei conhecendo alguma coisa sobre tapetes persas, e com certeza gostando mais de tapetes orientais. Persas, turcos, caucasianos... Os Isfahan, Tabriz, Shiraz, Bidjar, Qoom, Nain, Beluch, Dozelnabad, Anatoli, Kazac, Kasham, etc... São muitas as variedades. Os nomes são estranhos, meio difíceis de falar. São os lugares onde eles são feitos, a cidade, a região, ou até mesmo a tribo de nômades que tece os tapetes.
Tapete é uma obra de arte, como um quadro na parede, o tapete enfeita o piso por onde a gente anda, amacia os pés e enche os olhos com o colorido da sua estampa. Tapetes orientais representam cultura, conhecimento e história.
Se eu ficar falando sobre tapetes, não vai ter fim, é muita historia, muito o que falar. Estou resumindo alguma coisa só para dar sentindo ao que quero contar.
O Salim tinha acabado de receber um lote de tapetes especiais, escolhidos a dedo, mercadoria finíssima, artigos de qualidade comprovada. Eu fui ver.
Que tapetes..!!!!!
Mercadoria para poucos. Claro que precisa ter algum para pisar num persa destes, mas precisa ter cultura também, ter conhecimento, saber dar valor, saber que é uma obra de arte quase sagrada. Separei dois deles, um Kasham persa, e um Bidjar persa, lã e seda, fundo azul marinho, motivos florais e geométricos, muito coloridos, desenhos miúdos, alegres, cheios de vida, ressaltando no azul escuro do fundo. Separei de curioso, eu sabia que não iria levar, o bolso anda meio chorão, mas só por curiosidade e quem sabe qualquer outro dia.... Que tapetes!!!!
-Habib, ia haie.. Você gostou então leva, vai perder essa oportunidade???
O Salim tentando me fazer ficar com os tapetes.
-Habib, agora não posso, agora não dá.
-Depois você acerta, leva ia haie.
Eu tenho crédito com o Salim, posso carregar um caminhão de tapetes que ele não pede nem um documento, me deixa levar tudo o que eu quiser, mas depois de alguns dias eu sei que o telefone vai tocar.... E eu vou ter que pagar, é claro. Por isso eu não levei os tapetes. Vale o registro, os tapetes são realmente muito, muito bonitos.
Que tapetes!!!!!
Essa semana fui tomar um café com meu amigo Salim, um Libanês ferrenho, defensor com todas as armas, do Líbano e das causas libanesas. Ele quer me transformar em descendente de libaneses e não de sírios. Como se quando da imigração de meus avós só existisse o Líbano. Eu falo que só existia a Grande Síria, mas os libaneses não escutam isso. Para ele eu sou libanês, descendente de libaneses.
O negócio do Salim é tapetes, quase voadores, os mais bonitos, os mais coloridos, os mais finos, os que mais emocionam. Pô, eu sou o maior admirador de tapetes orientais. Gosto pacas. Tenho um montão de tapetes espalhados em casa. Nesses anos todo de amizade com o Salim acabei conhecendo alguma coisa sobre tapetes persas, e com certeza gostando mais de tapetes orientais. Persas, turcos, caucasianos... Os Isfahan, Tabriz, Shiraz, Bidjar, Qoom, Nain, Beluch, Dozelnabad, Anatoli, Kazac, Kasham, etc... São muitas as variedades. Os nomes são estranhos, meio difíceis de falar. São os lugares onde eles são feitos, a cidade, a região, ou até mesmo a tribo de nômades que tece os tapetes.
Tapete é uma obra de arte, como um quadro na parede, o tapete enfeita o piso por onde a gente anda, amacia os pés e enche os olhos com o colorido da sua estampa. Tapetes orientais representam cultura, conhecimento e história.
Se eu ficar falando sobre tapetes, não vai ter fim, é muita historia, muito o que falar. Estou resumindo alguma coisa só para dar sentindo ao que quero contar.
O Salim tinha acabado de receber um lote de tapetes especiais, escolhidos a dedo, mercadoria finíssima, artigos de qualidade comprovada. Eu fui ver.
Que tapetes..!!!!!
Mercadoria para poucos. Claro que precisa ter algum para pisar num persa destes, mas precisa ter cultura também, ter conhecimento, saber dar valor, saber que é uma obra de arte quase sagrada. Separei dois deles, um Kasham persa, e um Bidjar persa, lã e seda, fundo azul marinho, motivos florais e geométricos, muito coloridos, desenhos miúdos, alegres, cheios de vida, ressaltando no azul escuro do fundo. Separei de curioso, eu sabia que não iria levar, o bolso anda meio chorão, mas só por curiosidade e quem sabe qualquer outro dia.... Que tapetes!!!!
-Habib, ia haie.. Você gostou então leva, vai perder essa oportunidade???
O Salim tentando me fazer ficar com os tapetes.
-Habib, agora não posso, agora não dá.
-Depois você acerta, leva ia haie.
Eu tenho crédito com o Salim, posso carregar um caminhão de tapetes que ele não pede nem um documento, me deixa levar tudo o que eu quiser, mas depois de alguns dias eu sei que o telefone vai tocar.... E eu vou ter que pagar, é claro. Por isso eu não levei os tapetes. Vale o registro, os tapetes são realmente muito, muito bonitos.
Que tapetes!!!!!
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