sábado, agosto 31, 2002

Sexta feira, fim da tarde, semana comprida, cheia de trampo, um porrada de coisas para resolver, algumas resolvidas, outras não, cabeça cheia, nervos dando choque.
-Puta que pariu, eu vou ter aliviar as minhas tensões...
Interior, almoçando e jantando na casa da tia (irmã de meu pai, 87 anos, solteira), comidinha caseira, do jeito que a gente gosta. A tia trata bem, é claro, eu sou e sempre fui o sobrinho mais querido, o que mais briga com ela, eu sou o herdeiro dela, ela ainda não me disse mas eu já sei que sou, sou amigo do Nelsinho do cartório. Minhas primas ainda não sabem que eu ja sei e já sou.
-Pedro, você vai dormir na sua casa? (a casa de meus pais, sempre vazia, só eu fico lá quando vou a Piracity, a casa continua montada, inteira, qualquer dia vou pensar em alugar, qualquer dia)
- Vou.
- Dorme aqui, vai dormir sozinho lá?
- Tia, eu sempre durmo lá.
- Já falou com tua mulher hoje?
- Já, umas trinta vezes.
- Quando vc vai embora?
- Amanhã cedo.
- Dorme aqui então, tem um quarto só seu, vc sabe disso, dorme aqui.
- Não tia, hoje eu vou descarregar meu "sstress".
- Onde você vai?
- Vou na zona.
- Meu Santo Senhor Jesus...!!!!!
- To precisando, hoje tive muito trabalho.
- Deixa tua mulher saber disso.
- Ela não vai saber nada...e a Sra. não vai contar.
- Vou sim.
- Não vai nada, a Sra. é minha tia, e não dela, e não vai contar nada.
A tia fica olhando com os olhos arregalados, muito abertos, assustada com tamanha barbaridade, mas não fala nada.
- Um beijo, eu passo aqui amanhã cedo para tomar café com a Sra.
A tia se despede com outro beijo e continua quieta, pasma, assustada.
No dia seguinte quando cheguei a mesa já estava posta para o café e a tia me recebe na porta ainda de camisola e "penhoir", era cedo ainda, quase 8 da matina. Ela estava quieta, cara de brava, cara de quem não gostou e não ia deixar barato. Só bom dia e um beijo, nada mais nem uma palavrinha. Sentamos para tomar o café e o telefone tocou...A tia atendeu, e eu só fiquei na escuta.
- Alo.. tudo do bem?? Teu marido está aqui sim, estamos tomando café...Ontem ele foi ao BINGO..


quarta-feira, agosto 28, 2002

Eu recebi este texto da Fátima Bueno. Achei tão interessante que tinha que estar aqui.

É duro ser homem

É duro ser homem.. É duro ter que suportar, sem demonstrar:

- A dor física e moral de uma bolada no saco.
- O incômodo de uma cotovelada no gogó.
- A tortura de usar terno no verão.
- O suplício de fazer a barba todo dia.
- O desespero de uma cueca apertada.
- O prazer adolescente de soltar um bom arroto.
- A loucura que é fingir indiferença diante de uma mulher sem sutiã.
- Viver sobre o permanente risco de ter que entrar numa briga.
- Pilotar a churrasqueira.
- Ter que resolver os problemas do computador.
- Ter que reparar a roupa nova dela.
- Ter que reparar que ela trocou o perfume.
- Ter que reparar que ela trocou a tintura do cabelo de Imédia 713 louro cendre natural para 731 louro bege.
- Ter que jamais reparar que ela tem um pouco de celulite.
- A importância de uma decisão de campeonato para a humanidade.
- Ter que conversar sobre aplicações, debêntures, dólares, commodities, marcos, CDBs e RDBs, mesmo que o seu salário mal dá para chegar ao final do mês.
- Trabalhar pra cacete em prol de uma família que reclama que ele trabalha para cacete!
- Desviar os olhos do decote da secretária, que se faz de distraída e deixa a blusa desabotoada até o umbigo.
- Trabalhar com mulher!!! aqui para nós, diga se é possível discutir a sério um assunto de trabalho com alguém que use batom vermelho, perfume atrás da orelha, cabelos soltos que balançam ao vento e saia justa? E quando ela cruza as pernas?...
- Ter a obrigação de ser um atleta sexual..
- Ter pavor de broxar na hora H.
- Ter a suspeita que ela, com todos aqueles suspiros e gemidos, só está tentando nos incentivar.
- Ouvir um NÃO, virar conformado para o lado e dormir tranqüilo, apesar da vontade de quebrar todo o quarto e fazer um escândalo.
- Ter que ouvi-la dizer que não tem uma única roupa.
- Parar para comer frango no domingo na casa dos sogros, discutir política com aquele coroa reacionário, tratar bem os sobrinhos e se controlar para não dar na cara do irmão cara de pau dela, que veio pedir dinheiro emprestado de novo!!!

.... Depois elas ainda acham que é fácil, só porque nós não menstruamos??!!!

É duro!!!

Valeu Fátima ;o)

domingo, agosto 25, 2002

CHUPANDO MANGA
Bom dia, hoje eu vou falar de mangas, aquelas frutas que dão em uma árvore grande, lá em cima, difícil de chegar e de apanhar. Aquelas frutas que a gente subia no muro para apanhar no pé do vizinho, lá na casa da avó, onde tinha um pé também, mas a manga do vizinho era muito mais gostosa, muito mais madura, e quando a gente estava com a mão na fruta tinha sair rapidinho porque a mulher do vizinho chegava e via você lá em cima, apanhando as frutas no pé dela.
-Sai logo dai, seu moleque, vou chamar a sua avó, sai dai.
Se saísse meio correndo, meio que depressa, podia até cair e levar um machucado para dentro de casa, um joelho esfolado, um pé torcido, uma camisa rasgada, mas o que eu queria é levar as mangas, aquelas que eu já tinha apanhado e jogado no chão de terra do meu lado do muro, essas a vizinha não viu, e nem vai ver, ela podia desconfiar, os moleques da rua podiam até contar, mas eu já tinha apanhado e ja estavam lá, do meu lado. Claro que o prazer maior era contar na rua que tinha subido no muro e catado um montão de mangas no pé da dona CLOTILDE, como sempre fala uma amigo meu...
-De que adianta, sair, jantar e depois comer a Vera Fisher, se não contar para os amigos que você deu uma senhora trepada com a mulher mais gostosa do Brasil, de que adianta??? O tesão maior é depois, na rodinha, na mesa da birra, contando para os mais chegados e os nem tão chegados assim...
- EU TREPEI COM ELA.
É igual a manga do vizinho, se não contar a manga engasga, dá diarréia e não tem sabor nenhum, o gostoso da chupada é deixar lambuzar. Ai que a d. Clotilde vai ficar sabendo que você catou um montão, mas era isso mesmo que eu queria, queria que ela soubesse que eu fui lá e catei uma baciada de mangas, só como vingança por ela me chamar de moleque. PUTA QUE PARIU.... com uma risadinha disfarçada... he he he he.. de leve, na maciota.
Nisso você toma uma senhora bronca, valendo até um puxão de orelha, ou um castigo qualquer, como ficar sem poder sair na rua, e depois ter que pular a janela e sair escondido. Mas as mangas que você catou foram para a mesa, e todo mundo se lambuzou. Eu nunca entendi porque eu tinha que tomar bronca mas todo mundo chupava a manga que eu catei, porque será??? Porra, eu até que tinha feito uma coisa boa, não sobrava manga nenhuma.
Depois nas conversas atraz da porta, eu sempre escutava, que a vizinha, a d. Clotilde, era meio maluca, muito nervosa, que tinha problemas com o marido dela e que por isso ficava pegando no pé de quem pegava as mangas no pé dela, quando havia uma porrada de mangas se estragando, caindo de maduras e ninguém catava. Ela queria mostrar os dentes mesmo, ou nem sei o que ela queria, era uma senhora descontrolada. Escutando isso eu já pensava no dia seguinte, em ir pegar mais, achando que todo mundo ia me agradecer ou me dar um tapinha de agrado, nas costas, mas sempre acabava em bronca... PUTA QUE PARIU. Será que esse povo não me entende, ou eu que não entendo nada???? Quando é que vão me agradecer por eu ter catado umas mangas????
Lembrei disso, porque vi aqui do meu terraço uma mangueira, um pé de manga lá no fundo de uma casa, aqui pertinho, qualquer dia vou lá pedir para a dona do pé me deixar subir e catar umas mangas. Doces lembranças numa manhã ensolarada de domingo, com gosto de fruta madura colhida no pé, no pé da dona CLOTILDE.
Doces lembranças.

quarta-feira, agosto 21, 2002

Lá em Piracity...
Outro dia fui tomar umas birras com alguns amigos. Era um grupo de 8 pessoas, grupo alegre, barulhento, animado, cheio dos papos e a fim de diversão, a fim de birra e de muita animação.
Fomos lá, no bar do 18, na rua do porto, perto do rio. Já falaram que a rua do Porto em Piracity é meio que mágica, meio cheia dos contos, não é uma Av Atlântica, mas é legal, afinal falta um pouco para o Rio de Piracicaba se tornar um marzão, um pouquinho só. O Dezoito é um cara que tem esse nick porque tudo que rolou com ele tem alguma coisa a ver com 18, o dia do niver dele, o dia do casamento dele, e um montão de dezoitos mais, ai ele abriu esse bar e chamou de 18, Bar do 18, ou Dezoitinho, porque ele é baixinho, magro, pequenininho, ai tem que ser dezoitinho, gente boa.
O Bar é um barracão onde fica a cozinha, a copa, os freezers para colocar as birras, uma pequena despensa, um balcão para atendimento dos garçons, e mais no fundo uma grande churrasqueira, onde vão os pintados, os filhotes e as picanhas. As mesas ficam na parte da frente, no descoberto, em um grande terreno com piso de cascalho que nunca acerta o pé da mesa, e sempre acaba num tropeço. Umas arvores dão a cobertura para o sol, e a noite tem um montão de postinhos que fazem a iluminação. É ao ar livre, coisa de bar moderno, parece um boulevard lá da Suíça, ou da Recolleta, lá na Argentina em Bueno Aires, onde é o passeio de gente metida e de turistas desavisados.
Falando em Argentina, eu sempre digo que tudo que vem de lá não é muito bom, não é artigo de primeira, nem é coisa que inspire confiança, ou traduzindo em bom português, não presta mesmo, e muito menos os argentinos, esses eu conheço, sei tudo, e sei que os caras são os mais safados e mais filhos de pai desconhecido que existem, não que sejam filhos da puta, mas quando se fala na mãe dos argentinos, sempre tem alguma coisa ligada com "zona"... cuidado com os argentinos, olho neles, eles são foda, e o couro que eles vendem nas lojas de lá tem um cheiro do cacete.
No Dezoitinho o atendimento é de primeira, sempre com sorriso no rosto. Sem frescura, com cuidado, com jeito, louças limpas, birra estupidamente gelada, salada bem feita, verduras fresquinhas, toalhas limpas e trocadas a cada vez que a mesa é desocupada, toalhas de pano, pano xadrez, lá o atendimento é muito bom. O peixe a gente escolhe, vai lá na churrasqueira e escolhe o pedaço, pelo tamanho, pelo jeitão e pela piscada que o pedaço de peixe dá. Os aperitivos a gente pede na mesa, bolinhas de peixe frito, batatinhas palito, mandioquinha, cuscuz, e uma porrada de coisinhas mais, é tudo para acompanhar a birra, é claro, pistache o 18 não tem, mas a gente leva. Tem que ter turma, o papo tem que rolar solto, alegre e animado, não é lugar para tete-a-tete, é lugar para turminha mesmo. Sempre tem espera, não muita, mas sempre tem, é um lugar disputado, já meio famoso no pedaço. Quando for lá não entra na conversa dos outros pedaços, tem uns pega-pra-capa que ficam na porta convidando todo mundo que chega a entrar, mas não entra no papo deles, nem escuta, vai no 18 que é certo. O carro a gente estaciona na porta, não tem manobrista, mas o carro fica pertinho. Depois desse papo vou pedir comissão para o 18.... EEETTAAAAA....
Quando tem turminha e birra gelada, sempre tem piadas, é claro, começam meio tímidas, meio ainda sem muito jeito, mas depois de algumas e depois de outras birras mais já ficam nem tão tímidas assim, ai descamba de vez, ai já é buceta no lugar de vagina, ai já é cu no lugar de rosca, ai já é cacete no lugar de pinto, ai a orelha do português já está vermelha, ai o Joãozinho já aprontou todas, a mulherada ri a toa, fica meio na zoeira e ai já é hora de pedir mais uma.
Quando começam as pesquisas o gole já é grande, você fala, fala, tenta se fazer entender, mas ninguém presta muita atenção, todo mundo fala, todo mundo quer dar a sua opinião, mas quase ninguém vai lembrar do que escutou, se é que escutou alguma coisa, vai lembrar do que falou, e vai achar que falou uma porrada de bobagem, só achar, porque de gole é só bobagem mesmo.
Ai começam os papos de quem comeu quem? Todo mundo comeu todo mundo, ou ainda come, é um surubão, mas só entra quem está de gole, e só dá quem não esta na mesa. Etaaa, a gente não trepa mas se diverte falando de quem trepou com quem.
Tudo isso antes de vir o peixe e a picanha, depois é só comer e ir embora, ir dormir, ir para casa descansar porque amanhã tem mais, amanhã a gente volta.
Lá no 18, Dezoitinho.

terça-feira, agosto 20, 2002

Notícia de hoje (20.08.2002) no Globo online:

Fla tenta enxergar o caminho do gol

Enquanto Lula Pereira vê time atacando com seis, o atacante Liédson reclama da solidão na frente


...solidão na frente.
Mas o que é isso!

segunda-feira, agosto 19, 2002

Manhã de domingo, sol já grande, a preguiça rolando solta, pijama ainda, ainda na cama... A tv ligada na Globo, Globo Rural, pescaria e começando o esporte, flashs da corrida, formula 1... O Joãozinho, 8 aninhos, levado como todo garoto da idade dele, com o carrinho de brinquedo na mão, zoando feito doido na cama dos pais, entre o pai e a mãe, não dá sossego... vira, revira, chuta, pula, brinca e faz BRUUHOOMMMMM, ronco do carrinho de brinquedo, que ele levanta, arrasta na cama, arrasta em cima da mãe e em cima do pai...
-Joãozinho vai ver se tua irmã ta dormindo direitinho, vai.. fala a mãe, pedindo ao garoto um pouco de sossego..
-Ela ta lá no quarto dela, mãe, porque não vai você? BRUUUHHOMMMM... o carinho imitando a Ferrari do Rubinho.
-BRUUHHHOMMMMM....
-Filhão, dá um tempo, deixa de farra aqui na minha cama, vai brincar lá na sala, vai, o papai quer dormir mais um pouco, vai brincar lá, vai...
-BRUUHOMMMMM....
Mais farra, quanto mais fala pior, mais ele zoa, mais ele chuta, mais ele faz BRUUHHHOOMMMMMM...
-Assim não dá... hoje é domingo, o dia que eu tenho para ficar mais na cama... deixa o papai dormir, vai lá na sala...
-Não vou, vou ficar aqui com vocês... BRUUHHOMMMM.....
A mãe já vendo que o pai ia perder a esportiva, pegou o menino pela mão e foi com ele lá na sala, levou o garoto e ligou a tv lá na sala, abriu a janela do terraço, deixou o sol entrar e disse ao garoto..
-Joãozinho, brinca aqui no terraço com o teu carrinho, olha o movimento na rua e depois me conta o que está acontecendo, ta bom assim? Eu vou dormir mais um pouco com o teu pai, deixa a gente dormir mais um pouquinho... daqui a pouquinho eu venho ver a corrida aqui com você, e trago teu pai junto... ta bom??
-O papai também vem? Eu quero ver a corrida junto com ele...
-Se você ficar brincando aqui na sala eu prometo que trago ele junto... ta???
-Ta... bruhoommm....
O ronco do carro diminuiu de volume, o coitado do garoto ficou sozinho meio cabisbaixo, mas ficou... foi para o terraço e ficou olhando a rua...
Um ônibus que passava, os carros que paravam no sinaleiro da esquina, tudo ali debaixo, o andar não era muito alto, 4º piso e dava para ver tudo ali pertinho...
O garoto de pijama, com o carrinho na mão e a boca quase encostando no parapeito do terraço, a altura dele era quase a mesma, mas tinha que subir no degrauzinho do parapeito para poder alcançar, a sorte é que o parapeito era de vidro, assim ele podia ver tudo sem fazer muito esforço....
Bruhhomm, quase baixinho, não tinha ninguém para ouvir mesmo... bruhhomm...
No prédio da frente, um andar mais alto, ele olhou e viu a Marianinha, companheira de escola, mesma idade que ele, e também encostada no parapeito olhando a rua... ele acenou, chamou, gritou e a menina escutou... a menina olhou, sorriu e acenou de volta...ai ele com um berro muito maior gritou para ela...
-SEUS PAIS TAMBÉM ESTÃO TRANSANDO???

quinta-feira, agosto 15, 2002

Pronto. Eis-me aqui blogando no Pato. Raphael e comunidade Quá-Quá, é um prazer estar aqui com vocês.
De vez em quando vamos comentando a vida, rindo dos outros, e de nós mesmos, que isto é bom e saudável.
Pra não dizer que "não falei de flores" dou uma dica: não percam o filme "Italiano pra Principiantes". É destas preciosidades que só passam em cinemas alternativos. Muito bom. No outro dia vi também "Pantaleão e as Visitadoras" - excelente! , e mais recentemente "Quem Vai Beijar Jessica" , ou algo parecido (que esqueci o nome), e também muito bom! Como vêem, sou cinéfilo inveterado, além de gostar de música, livros, cerveja, mulheres, e etc. Ou seja, da vida! Mas, o Ministério adverte: viver faz mal à saúde! Nunca se esqueçam disso. Se ainda não sabiam... um dia vão descobrir!
Abraços.

terça-feira, agosto 13, 2002

Hoje é minha estréia no PATO DE LARANJA, fui convidado pelo Rafha, a babá do PATO, para ser um dos colunistas desse site que tenta colocar um pouquinho de alegria na vida dos internautas, tenta, não sei se consegue, mas tenta. E eu estou aqui para isso também, tentar descontrair um pouco mais, tentar fazer rir, tentar deixar a manhã mais produtiva e mais animada, pode ser a tarde também na hora do cafezinho, ou a noite nos intervalos do bate papo, a noite do internauta é cheia de bate papo... quem não vai???
Ai eu fui pensando, pensando e desenterrei do fundo do baú uma historinha verdadeira que aconteceu a algum tempinho atraz, só um tempinho, mas que eu sempre lembro quando acesso o PATO.
Quando eu era jovem...CACETE, eu ainda sou jovem, mas nem tão jovem assim, hoje eu tenho mais de 40, e isso aconteceu quando eu tinha quase 20...
Essa historinha eu sempre lembro quando escuto alguma coisa falando de PATO COM LARANJA, aquele prato que os ingleses colocaram na vida de todo mundo com o filme que tem o mesmo nome, e a peça de teatro que o PAULO AUTRAM representou muito bem lá no Teatro Brasileiro de Comedia, lá na Bela Vista, na rua Major Diogo. Eu assisti e um montão de gente também assistiu. Eu nem me lembro mais, mas o nome da peça eu não esqueço porque me lembra o fato que vou contar.
Quando eu era MAIS jovem...
Uma namorada minha, oriundi, italiana, nobre italiana, mas nem tão nobre, tinha um pé na corte e outro fora da corte, o pai dela dizia que era nobre, conde, barão, pupilo do rei da Itália, nunca vi o rei da Itália, nem sabia que a Itália tinha rei. Mas o cara era importante, era adido cultural da Itália no Brasil, representante de algumas industrias Italianas e bom de papo. A mãe da moça era árabe, claro... família tradicional, sócia do clube Monte Líbano, boa de grana. Era preciso alguém com grana para sustentar a corte.
Eu era o querido da mãe da moça, engenheiro quase formado, bonito, simpático, de família árabe também, e era o namorado da filha dela, ela via em mim o genro que sempre sonhou.
Tapete vermelho para mim, comidinha caseira, papo no sofá da casa, presentinhos nos aniversários e a mor confiança em mim. Eu podia sair com a filha dela, voltar a hora que quisesse e tinha carta branca, eu era o "mais melhor" de todos, o genro que a sogra queria e o noivo que o moça gostava. O pai da moça também gostava, é claro, eu mantinha com ele altos papos.
Um belo dia fomos convidados para jantar na casa de um tio da moça, ou melhor, tio da mãe dela, um cara já mais velho, irmão do avô da moça, casado, sem filhos e que morava numa casa nos jardins, na rua Antilhas, pertinho da rua Estados Unidos, uma senhora casa, grande mesmo, jardim enorme, com acesso para carros pelo portão da frente e direito de estacionar meu fusquinha bege na frente da porta, os carros do tio ficavam na garagem, parecia filme americano, só destoava pelo meu fusquinha bege.
Lá fomos nós eu e minha namorada, o jantar era só para nos dois.
Fomos recebidos pelos tios no hall de entrada, beijinhos, cumprimentos...
-Como vai?
-Tudo bem?
-Esta muito calor, não está?
Mas até que os velhos eram simpáticos, me trataram muito bem, claro, já eram meus conhecidos, mas era a primeira vez na casa deles, fui muito bem tratado.
Já nos aperitivos, o tio me chamou para mostrar os vinhos que ele tinha separado, escolhido, já tinha ido buscar na adega da casa lá no fundo do porão. Me mostrou duas garrafas, já abertas, sem a rolha e no descanso. As duas em cima de um descanso de prata com belos copos do lado. Os dois vinhos franceses, importantes, nome difícil, chateaux não sei do que, nem me lembro, mas eram vinhos importantes, caros e tintos, vinhos de gente bacana. Me pediu para provar, um pouquinho de um numa taça, me falou o nome e me deu para provar, depois repetiu tudo com o outro vinho, e me perguntou qual era o da minha preferência. Eu escolhi um deles e disse que era aquele que eu queria, falando o nome do dito cujo. Não era aquele, o nome que eu falei era do outro... PUTA MERDA. Quem mandou dar uma de entendido e querer me mostrar um cara conhecedor de vinhos... PUTA MERDA.
Mas valeu, o tio deu só uma risadinha e deixou por isso mesmo, claro que ele já sabia que eu não sabia. Nisso uma das moças da casa veio avisar que o jantar estava servido, toda de uniforme preto com rendinhas brancas, toquinha na cabeça, arrumadinha, bonitinha.
Fomos lá, os quatro para a sala de jantar, já na mesa a tia me falou que seria servido um prato que ela gostava muito, eu ainda não conhecia e nem fazia idéia de que existia, era o ainda não tão conhecido e nem tão famoso PATO COM LARANJA.
Eu acabei casando com outra.

quarta-feira, agosto 07, 2002

Apenas para reflexão:
Às vezes, quando você está chorando... não há ninguém para ver as suas lágrimas.
Às vezes, quando você está chateado, não há ninguém para ver a sua dor.
Às vezes, quando você está feliz, não há ninguém para ver o seu sorriso.
Mas peide apenas uma vez...

Queria conhecer a pessoa que teve está iluminação...

segunda-feira, agosto 05, 2002

Você já reparou que nos filmes sempre há cenas que se repetem?
Sempre tem um gato que sai assustado de um armário num filme de terror ou suspense.
Sempre que alguém para um carro da rua, sai sem trancar... e o carro está lá quando ele volta.
Sempre que alguém tosse, é esse o pobre infeliz que vai morrer.
Sempre que alguém está digitando algo no computador, nunca usa a barra de espaço.
Sempre as bombas são desativadas um ou dois segundos antes de explodirem.
Sempre as bombas tem dois fios: um vermelho e um azul, sendo que um faz a bomba explodir e o outro desativa. Até parece que existe uma norma padrão entre os terroristas para confecção de bombas.
Sempre que o perigo está por perto, as lanternas teimam em falhar.
Ninguém nunca pega o troco do taxi.
Sempre que há perigo em casa, as luzes piscam ou não acendem.
Sempre que o mocinho do filme vai morrer, faz um discurso pomposo ou diz uma frase de efeito, para demonstrar que aceita bem a morte.
Sempre que há um mostro perseguindo a mocinha, o carro teima em não pegar, não importa que seja um 0 km.
Todos os alienígenas dos filmes usam a mesma roupa e sabem falar inglês. Eu bem que queria saber que cursinho de inglês que conseguiu abrir uma franquia no planeta deles.
Nunca tem gente feia na praia. Com exceção dos filmes de humor.
Não importa o tamanho da catástrofe, o maldito cão nunca morre.
A polícia sempre chega instantes depois do mocinho derrotar o vilão. É de dar nos nervos...
Todo vilão tem um plano macabro para derrotar ou matar devagarinho o herói. E sempre conta para o herói todos os detalhes de seu plano para dominar o mundo.
Sempre que ligam a televisão, está passando uma notícia importante.
Nunca acertam um bala nos cavalos nos filmes de faroeste.
Sempre que um carro cai de um penhasco, ele explode.
Sempre que uma casa está pegando fogo, há alguém lá dentro, geralmente uma criança, que precisa ser salva.
Sempre que as balas acabam, o vilão joga a arma fora. E as balas dos mocinhos nunca acabam ou dão na medida exata.
Sempre num tiroteio, os bandidos fazem cair um chuva de balas, mas nunca acertam o mocinho. Este, por sua vez, acaba com todos com tiros precisos.
Todos os números de telefone começam com 555.
Sempre quando se está fugindo de um mostro ou de um vilão, a mocinha cai.
Todo o paranormal faz caretas quando usa os seus poderes. Menos no X-Men, já que a Jim Grey (é este o nome?) não pode aparecer feia na tela.
Sempre que o carro bate, tem um imbecil que pergunta: "Você está bem?".
Nos filmes de prisão, o herói sempre arranja briga com os piores elementos da cadeia. E as brigas são sempre nos pátios, refeitório ou no banheiro.
O gelo nunca derrete nos copos.
Sempre que um alienígena pousa na Terra, pousa nos EUA. Será que só tem guia Michelin dos EUA lá fora?
Nos filmes de kung-fu, todo mundo só fala apontando o dedo.
Sempre que dois lutadores de kung-fu lutam, as suas roupas fazem barulho. Mesmo que eles estejam apenas de calça.
Sempre que um casal está loucamente apaixonado, beija-se debaixo de uma chuva torrencial.
As máquinas de refrigerante sempre enguiçam e nunca devolvem a moeda.
Toda luta que acontece no alto de um prédio termina com alguém caindo.

A maioria destas observações foram surrupiadas de um papel de bandeja do McDonald's.

domingo, agosto 04, 2002

Pobre Dona Zineide. A vida nunca lhe deu boas oportunidades na vida. Casada com um caminhoneiro, esperava na fila de um posto de saúde para ser atendida por um dentista.
- Dona Zineide?
- Sou eu.
- Pode entrar.
Acanhada e com um certo medo de todas aquelas coisas de metal e que parecem fazer muita dor, sentou-se na cadeira. A dentista, uma jovem, começou a consulta.
- Abra a boca, por favor - Examinou um lado, examinou o outro e deu a sua conclusão.
- É Dona Zineide... seu dentes estão péssimo. Estão todos moles. Vamos ter que arrancar todos e fazer uma dentadura.
- Mas eu não quero que o meu marido me veja sem dentes! O que ele vai achar de mim? Vou ter que esperar ele viajar.
- Viajar?
- É. Ele é caminhoneiro.
- Então estamos acertadas. Quando ele viajar, a senhora vem aqui e arrancamos os dentes.
Depois de uma semana, a Dona Zineide voltou para arrancar os dentes. Um por um a doutora arrancou. Deu os pontos e mandou ela voltar depois de duas semanas para ver os pontos e começar a fazer a dentadura. Não sei se você sabe (eu não sabia), uma dentadura demora umas quatro sessões para ser feita.
Na semana seguinte, Dona Zineide voltou ao posto de saúde, muito aflita.
- Doutora, a senhora tem que me ajudar! Meu marido vai voltar hoje e eu não quero que ele me veja assim.
- Mas não dá para fazer a dentadura de um dia para o outro. Pega. Toma esta máscara e diga que você fez uma cirurgia na boca e tem que deixá-la coberta. Assim ele não vai ver.
- Obrigada doutora.
Dona Zineide vai embora, aliviada pela desculpa arquitetada pela dentista e com as consultas para a dentadura marcadas.
No dia da primeira consulta para a dentadura, Dona Zineide entrou na sala da dentista falando firme:
- Não quero mais fazer a dentadura, doutora.
- Mas por quê? E o seu marido?
- Doutora... com a boca deste jeito, meu marido A-D-O-R-O-U o boquete que eu fiz!

Parece piada, mas esta é uma história verdadeira que aconteceu numa cidade metropolitana de Curitiba.

sexta-feira, agosto 02, 2002

O brasileiro vive mesmo é de sonho. Agora é o sonho de ganhar na Mega-Sena. Não importa que as chances de ganhar sejam 1 para 50 milhões. Oxête, vixe!
Sonha com a casa nova, em reformar o Maverick, pagar os carnês da Casas Bahia, na excursão para Aparecida do Norte. Ou então, em sumir da face da terra, deixando todos os parentes ávidos por uma ajudinha financeira para trás.
Mas é tudo sonho. Realidade mesmo, só aquele maldito carro do sonho, que invade o meu quarto às 8 da manhã no domingo:
- Sonho de creme, sonho de goiaba, sonho de doce de leite! É o carro do sonho que está passadando na porta de sua casa!
Fora o sonho da minha ira dominical, o brasileiro deveria se preocupar com realizar os seus sonho. Trabalhando em conjunto, talvez.
Por via das dúvidas, eu já fiz a minha fézinha.
- Ei! O que foi que você fez?
- Sei lá... Só fui apertando os botãozinhos.
- Mas tá funcionando...
- Deve ser coisa do tinhoso...
- Credo.


- Gente... será que isto tá ligando?
- Viu se o cabo lá atrás tá conectado?
- Vi. Mas isto não tem nada a ver...
- Sei não.